Com uma história marcada pela autenticidade e pela resiliência das periferias, Vinijoe emerge como um dos talentos mais promissores da cena musical brasileira. Nascido e criado no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, ele traz consigo as raízes e os ritmos pulsantes das comunidades periféricas. Desde os 15 anos, Vinijoe compõe e canta suas próprias músicas, transportando as vivências e os sonhos de sua realidade para o universo da música. Influenciado pelo ambiente musical de sua família e pelas rodas de samba que frequentava ao lado de seu pai, ele encontrou na música uma forma de expressão e resistência.
Ao lado do grupo cultural "Lá da Favelinha", Vinijoe começou a pavimentar sua carreira no rap nacional, marcando presença em eventos importantes e consolidando sua voz nas ruas e nos palcos. Sua jornada ganhou reconhecimento em 2023, quando foi laureado com o Prêmio Luiz Melodia por suas canções que celebram e homenageiam a rica cultura negra brasileira.
Com um álbum lançado, intitulado "De Vinícius Pra Vinícius", e diversos singles que ecoam pela periferia e além, Vinijoe continua a trilhar seu caminho com determinação e paixão. Esta entrevista é um mergulho no universo musical desse artista singular, explorando suas inspirações, desafios e projetos futuros que prometem surpreender e emocionar seu público cada vez mais.
Vinijoe, sua jornada na música começou desde muito cedo, aos 15 anos de idade. Como essas experiências precoces moldaram sua abordagem e sua paixão pela música?
Acredito que as experiências que eu tive precocemente com a música moldaram muito o jeito que eu sou perante a visão de musicalidade mesmo, de querer abranger muitas coisas, de ouvir muita coisa, de estar em muitos ambientes musicais. Então acho que o que elas moldaram foi esse gosto e essa característica mesmo, de estar meio que antenado em tudo, me referenciar com várias coisas diferentes.
Sua conexão com as rodas de samba, desde jovem, e sua presença marcante nos eventos culturais de Belo Horizonte ajudaram a definir seu estilo musical e suas influências? Como você descreveria essa influência em suas composições?
Com certeza, acredito que muito da minha formação musical vem do samba mesmo, por ser uma parada de família. E toda essa experiência em linhas culturais, dentro do Lá da Favelinha também, me deu muita visão sobre muitos nichos, muita coisa. E aí, eu meio que consigo processar isso tudo numa parada só, sabe? E essa influência vem muito também da minha formação. Muitas das músicas que eu faço hoje tem a ver com as músicas que meu pai escutava em casa, com as músicas a que eu fui apresentado desde muito novo.
Você é parte do grupo cultural "Lá da Favelinha", onde começou a desenvolver sua carreira no rap nacional. Como essa experiência colaborativa influenciou sua jornada musical e sua identidade artística?
Então, acho que essa experiência com o Lá da Favelinha é uma parada que sempre influenciou diretamente na minha vida e na minha música, consequentemente. Todo esse princípio de coletividade, de estar unido com as pessoas, de fazer junto, de que é possível fazer, se reflete totalmente na minha música e se reflete totalmente na minha identidade artística e de vida mesmo.
Em 2023, você foi premiado com o Prêmio Luiz Melodia, uma honra significativa que reconhece a sua contribuição para a cultura negra brasileira. Como foi receber esse prêmio e o que ele representa para você e sua comunidade?
Esse prêmio representa um grande passo na minha carreira. Estar ocupando esse lugar com várias pessoas muito talentosas e poder, ainda assim, ser premiado como uma das melhores, foi muito gratificante. Foi muito gratificante também ver no olhar das pessoas da minha casa, da minha quebrada, a confiança que eles depositam em mim. Então, representa um passo muito bem dado na carreira, uma virada de chave, talvez para uma outra estética. É um bagulho muito gratificante e também muito revigorante, no sentido de que nos dá vontade de buscar coisas maiores.
Seu álbum "De Vinícius Pra Vinícius" foi um marco em sua carreira. Quais são as principais mensagens e temas que você aborda neste álbum e como ele reflete sua jornada até agora?
É sobre estar bem, estar mal. Falo muito sobre a minha quebrada, de onde eu sou, que é o Serrão (bairro Serra). E o que eu queria passar com esse álbum é a visão de que eu precisava falar com pessoas, com o maior número de pessoas possível e tocar em temas com os quais as pessoas iam se identificar, tá ligado? Porque são temas que pegam também para mim, no meu pessoal, e eu sinto que são temas que são meio que coletivos. Problemas que às vezes são de todos, felicidades às vezes que são pra todos. A ideia do
De Vinícius Para Vinícius é como se eu estivesse falando de mim, é um presente meu para outras pessoas que são tão parecidas comigo que são outros Vinícius também, sabe? Então, é como se fosse um presente meu para a geral e até para mim mesmo, para que eu possa tirar um peso das costas e deixar a mente mais tranquila.
Você menciona que ainda tem muito por vir, incluindo novas músicas, álbuns e parcerias. Pode compartilhar conosco um pouco sobre seus planos futuros e o que podemos esperar de você nos próximos anos?
Bom, esse ano a gente vai focar no Rap Samba, né, que é esse chamado muito forte que eu tenho na minha vida. E vai ser a nossa aposta, a gente vai lançar vários singles, quem sabe até um álbum, dependendo. Mas esse vai ser o nosso foco agora: esses rap sambas, gravação de clipes, muita coisa!
Como é o seu processo criativo ao compor novas músicas? Você se inspira em experiências pessoais, observações do mundo ao seu redor ou em outros artistas?
Ah, eu costumo dizer que tudo é meio que inspiração, né? Até as desilusões, até as desgraças da vida podem ser boas inspirações. Eu gosto de observar o mundo ao meu redor, observar a história das pessoas, conversar com as pessoas sobre... Também falar muito de coisas da minha vida, que eu sinto que também chegariam em outras pessoas e que seriam coisas que dariam certo também para as pessoas entenderem o que eu estou querendo dizer. E o processo criativo é um bagulho bem natural, assim, que vai acontecendo. Muitas vezes eu tenho uma ideia formada do que eu quero fazer. Muitas vezes não. A gente só vai meio que lapidando, sempre vem algo, às vezes é um vídeo na internet, às vezes é alguém com um violão, sempre a gente dá um jeito. As coisas acontecem.
Além de sua carreira solo, você também colabora com outros artistas e projetos? Como essas parcerias enriquecem sua jornada musical e influenciam seu estilo?
Sim, a gente tem trabalhado muito, né? Feito essas colaborações com outros artistas. Acredito que essas junções, essas parcerias enriquecem muito o lado cultural da parada. Abrangem outros públicos também, é um ganho muito bom. É se aventurar mesmo. Acho que a música tem que ser divertida e quando você se aventura em outras coisas, une coisas diferentes ou que nunca foram unidas, isso fica divertido, né.
Você se considera um porta-voz ou defensor de questões sociais e raciais através de sua música? Se sim, como você aborda essas questões em suas composições?
Sim, até porque acredito que a pessoa preta, só de estar viva, ela já está sendo militante, sabe? Um país que mata a gente, assim, à encomenda. Só de a pessoa estar viva, de estar conseguindo alçar novos lugares, isso já é um ato político pra caramba. Então, eu tento sempre passar essa visão. A principal coisa que eu faço é tentar empoderar mesmo os jovens da minha favela. Não só da minha, mas do país inteiro, porque a gente, que é preta, não esquece que a gente nunca foi ensinada a sonhar, a amar, a sentir essas coisas. E a nossa luta também é por isso. Para nos humanizar mesmo, pois a gente é demonizado o tempo todo. Nos matam, nos humilham, enfim. Eu acho que a principal mensagem que minha arte passa para o jovem preto de favela é que ele pode, ele consegue e sempre trazendo essa coisa do empoderamento, denunciando injustiças.
Por fim, como você vê o papel da música na sociedade contemporânea e qual é a mensagem que você espera transmitir ao seu público através de suas canções?
A música tem um papel libertador na arte contemporânea. A música é algo que te deixa solto, te deixa livre, diverte. Acredito que a música em si tem um papel político muito forte também. E a mensagem que eu gostaria de transmitir para o meu público através das minhas músicas é essa parada verdadeira de sentimento, que sempre que eles escutarem vão sentir alguma coisa, seja uma felicidade de poder dançar, seja uma tristeza falando de um irmão que morreu, seja uma emoção de falar de uma situação em relação à família, enfim, com a minha música o que eu busco passar é sentimento, que as pessoas sintam que é verdadeira, que as pessoas sintam que vem do coração o que eu estou falando.
Vinijoe, sua jornada na música começou desde muito cedo, aos 15 anos de idade. Como essas experiências precoces moldaram sua abordagem e sua paixão pela música?
Acredito que as experiências que eu tive precocemente com a música moldaram muito o jeito que eu sou perante a visão de musicalidade mesmo, de querer abranger muitas coisas, de ouvir muita coisa, de estar em muitos ambientes musicais. Então acho que o que elas moldaram foi esse gosto e essa característica mesmo, de estar meio que antenado em tudo, me referenciar com várias coisas diferentes.
Sua conexão com as rodas de samba, desde jovem, e sua presença marcante nos eventos culturais de Belo Horizonte ajudaram a definir seu estilo musical e suas influências? Como você descreveria essa influência em suas composições?
Com certeza, acredito que muito da minha formação musical vem do samba mesmo, por ser uma parada de família. E toda essa experiência em linhas culturais, dentro do Lá da Favelinha também, me deu muita visão sobre muitos nichos, muita coisa. E aí, eu meio que consigo processar isso tudo numa parada só, sabe? E essa influência vem muito também da minha formação. Muitas das músicas que eu faço hoje tem a ver com as músicas que meu pai escutava em casa, com as músicas a que eu fui apresentado desde muito novo.
Você é parte do grupo cultural "Lá da Favelinha", onde começou a desenvolver sua carreira no rap nacional. Como essa experiência colaborativa influenciou sua jornada musical e sua identidade artística?
Então, acho que essa experiência com o Lá da Favelinha é uma parada que sempre influenciou diretamente na minha vida e na minha música, consequentemente. Todo esse princípio de coletividade, de estar unido com as pessoas, de fazer junto, de que é possível fazer, se reflete totalmente na minha música e se reflete totalmente na minha identidade artística e de vida mesmo.
Em 2023, você foi premiado com o Prêmio Luiz Melodia, uma honra significativa que reconhece a sua contribuição para a cultura negra brasileira. Como foi receber esse prêmio e o que ele representa para você e sua comunidade?
Esse prêmio representa um grande passo na minha carreira. Estar ocupando esse lugar com várias pessoas muito talentosas e poder, ainda assim, ser premiado como uma das melhores, foi muito gratificante. Foi muito gratificante também ver no olhar das pessoas da minha casa, da minha quebrada, a confiança que eles depositam em mim. Então, representa um passo muito bem dado na carreira, uma virada de chave, talvez para uma outra estética. É um bagulho muito gratificante e também muito revigorante, no sentido de que nos dá vontade de buscar coisas maiores.
Seu álbum "De Vinícius Pra Vinícius" foi um marco em sua carreira. Quais são as principais mensagens e temas que você aborda neste álbum e como ele reflete sua jornada até agora?
É sobre estar bem, estar mal. Falo muito sobre a minha quebrada, de onde eu sou, que é o Serrão (bairro Serra). E o que eu queria passar com esse álbum é a visão de que eu precisava falar com pessoas, com o maior número de pessoas possível e tocar em temas com os quais as pessoas iam se identificar, tá ligado? Porque são temas que pegam também para mim, no meu pessoal, e eu sinto que são temas que são meio que coletivos. Problemas que às vezes são de todos, felicidades às vezes que são pra todos. A ideia do
De Vinícius Para Vinícius é como se eu estivesse falando de mim, é um presente meu para outras pessoas que são tão parecidas comigo que são outros Vinícius também, sabe? Então, é como se fosse um presente meu para a geral e até para mim mesmo, para que eu possa tirar um peso das costas e deixar a mente mais tranquila.
Você menciona que ainda tem muito por vir, incluindo novas músicas, álbuns e parcerias. Pode compartilhar conosco um pouco sobre seus planos futuros e o que podemos esperar de você nos próximos anos?
Bom, esse ano a gente vai focar no Rap Samba, né, que é esse chamado muito forte que eu tenho na minha vida. E vai ser a nossa aposta, a gente vai lançar vários singles, quem sabe até um álbum, dependendo. Mas esse vai ser o nosso foco agora: esses rap sambas, gravação de clipes, muita coisa!
Como é o seu processo criativo ao compor novas músicas? Você se inspira em experiências pessoais, observações do mundo ao seu redor ou em outros artistas?
Ah, eu costumo dizer que tudo é meio que inspiração, né? Até as desilusões, até as desgraças da vida podem ser boas inspirações. Eu gosto de observar o mundo ao meu redor, observar a história das pessoas, conversar com as pessoas sobre... Também falar muito de coisas da minha vida, que eu sinto que também chegariam em outras pessoas e que seriam coisas que dariam certo também para as pessoas entenderem o que eu estou querendo dizer. E o processo criativo é um bagulho bem natural, assim, que vai acontecendo. Muitas vezes eu tenho uma ideia formada do que eu quero fazer. Muitas vezes não. A gente só vai meio que lapidando, sempre vem algo, às vezes é um vídeo na internet, às vezes é alguém com um violão, sempre a gente dá um jeito. As coisas acontecem.
Além de sua carreira solo, você também colabora com outros artistas e projetos? Como essas parcerias enriquecem sua jornada musical e influenciam seu estilo?
Sim, a gente tem trabalhado muito, né? Feito essas colaborações com outros artistas. Acredito que essas junções, essas parcerias enriquecem muito o lado cultural da parada. Abrangem outros públicos também, é um ganho muito bom. É se aventurar mesmo. Acho que a música tem que ser divertida e quando você se aventura em outras coisas, une coisas diferentes ou que nunca foram unidas, isso fica divertido, né.
Você se considera um porta-voz ou defensor de questões sociais e raciais através de sua música? Se sim, como você aborda essas questões em suas composições?
Sim, até porque acredito que a pessoa preta, só de estar viva, ela já está sendo militante, sabe? Um país que mata a gente, assim, à encomenda. Só de a pessoa estar viva, de estar conseguindo alçar novos lugares, isso já é um ato político pra caramba. Então, eu tento sempre passar essa visão. A principal coisa que eu faço é tentar empoderar mesmo os jovens da minha favela. Não só da minha, mas do país inteiro, porque a gente, que é preta, não esquece que a gente nunca foi ensinada a sonhar, a amar, a sentir essas coisas. E a nossa luta também é por isso. Para nos humanizar mesmo, pois a gente é demonizado o tempo todo. Nos matam, nos humilham, enfim. Eu acho que a principal mensagem que minha arte passa para o jovem preto de favela é que ele pode, ele consegue e sempre trazendo essa coisa do empoderamento, denunciando injustiças.
Por fim, como você vê o papel da música na sociedade contemporânea e qual é a mensagem que você espera transmitir ao seu público através de suas canções?
A música tem um papel libertador na arte contemporânea. A música é algo que te deixa solto, te deixa livre, diverte. Acredito que a música em si tem um papel político muito forte também. E a mensagem que eu gostaria de transmitir para o meu público através das minhas músicas é essa parada verdadeira de sentimento, que sempre que eles escutarem vão sentir alguma coisa, seja uma felicidade de poder dançar, seja uma tristeza falando de um irmão que morreu, seja uma emoção de falar de uma situação em relação à família, enfim, com a minha música o que eu busco passar é sentimento, que as pessoas sintam que é verdadeira, que as pessoas sintam que vem do coração o que eu estou falando.
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