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Raquel Moreira, uma cantora revelação

5 de abril de 2024
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5m
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Raquel Moreira | 1º Prêmio da Música
Nascida em Campo Belo, Raquel Moreira mergulhou, desde cedo, nos encantos da música, e foi em Belo Horizonte que encontrou o solo fértil para cultivar seu talento e paixão pela arte sonora. Sua jornada é marcada por uma trajetória ascendente, onde cada nota e acorde carregam a alma de uma artista comprometida com sua arte e seu público.

Recentemente, Raquel foi reconhecida como uma das finalistas e cantoras revelação no projeto A Voz da Periferia, iniciativa que proporcionou a mentoria de nomes consagrados como o diretor musical João Marcello Bôscoli e o empresário artístico Branco Gutierrez. Essa experiência foi um catalisador para sua carreira, impulsionando-a ainda mais no cenário musical brasileiro.

Em 2023, Raquel deixou sua marca na cena musical ao protagonizar um dueto emocionante com a cantora de pagode Mannda Lym, cujo vídeo viralizou nas redes sociais, conquistando o coração de milhares de espectadores. Seu carisma envolvente e sua voz única têm encantado plateias por onde passa, consolidando-a como uma das promessas mais brilhantes da música contemporânea.

Nesta entrevista, ela nos revela os bastidores de sua jornada musical e os segredos por detrás de sua arte.

 Raquel, você vem de uma família de músicos e é a terceira geração a seguir essa profissão. Como foi esse processo de imersão na música desde a infância e como essa influência familiar moldou sua carreira artística? 

Bom, na verdade a música para maioria dos meus familiares é um hobby, eu só tenho um tio que realmente se profissionalizou na área e viveu para isso uma vida toda. Eu nasci num lar cristão, extremamente musical. Meus pais coordenavam um grupo de louvor e a vida deles, durante meus primeiros 15 anos, girava basicamente em torno desse grupo, entre apresentações, viagens e ensaios semanais que aconteciam sempre na minha casa.

Pelo fato de ter sido criada nessa atmosfera religiosa, eu levei um tempo para aceitar o fato de que a música podia ser sim uma profissão e que poderia ser comercializada. E acho importante ressaltar isso, porque foi o que me limitou durante muito tempo. E ao mesmo tempo, todo esse cenário me deu como base muita musicalidade, e sensibilidade para com a arte e também para com o público.

Mudar-se para Belo Horizonte foi uma decisão importante em sua jornada musical. Como foi essa transição e como a cidade influenciou sua música e seu estilo? 

Foi uma mudança muito difícil e dolorosa sair de uma cidade pequena onde eu tinha total estabilidade financeira e emocional, para ir para um lugar onde eu não conhecia ninguém. Mas naquele momento eu sabia que se eu queria mais da música eu precisava sair da minha zona de conforto e começar de novo, e foi o que eu fiz. Chegando em BH eu me deparei com uma realidade muito diferente do que eu imaginava. Vi que a cena hoje em BH é fortíssima, conheci artistas incríveis, que estavam anos luz à minha frente em todos os quesitos, e foi aí então que caiu a ficha que se eu quisesse entrar nesse mercado de trabalho, de fato eu ia ter que reformular toda a minha estratégia, e reformular a artista que eu era até aquele momento. Sem dúvida essa parte ainda tem sido a mais difícil, porque eu ainda me vejo nesse processo de construção da artista Raquel Moreira.

Você foi uma das finalistas e cantoras revelação do projeto "A Voz da Periferia" em 2023, recebendo mentoria de grandes nomes como João Marcello Bôscoli e Branco Gutierrez. Como essa experiência impactou sua carreira e sua visão sobre a música?

Literalmente um divisor de águas na minha carreira. Através da mentoria eu comecei a entender como o mercado fonográfico funcionava de fato, e a partir dali um tracei novas metas e estratégias para continuar por mais um tempo seguindo esse caminho em busca de me consolidar no mercado.

Em 2023, você gravou um dueto emocionante com a cantora de pagode Mannda Lym, que viralizou nas redes sociais. Como foi essa colaboração e como você enxerga a importância de parcerias na indústria musical?

Mannda Lyn é uma grande amiga, e eu tenho orgulho de dizer isso porque muito mais do que uma grande artista, ela é uma pessoa excepcional e tem um posicionamento incrível em relação a essas colaborações, principalmente ressaltando a importância de ajudar a promover mulheres pretas na indústria musical hoje. Através daquele vídeo eu tive acesso a quase 10 mil novos seguidores, o que foi importantíssimo para o meu crescimento nas redes sociais.

Sua voz única e seu carisma envolvente têm encantado o público por onde você se apresenta. Como você descreveria sua identidade musical e o que você espera transmitir através de sua arte?

Emoção. É o que eu sempre espero no rosto de quem está me ouvindo, eu sempre tento criar uma conexão mais profunda com o máximo de pessoas durante uma apresentação, através do contato visual, do diálogo direto com algumas pessoas. Busco sempre trazer ao público o sentimento de que ele é parte daquele show, porque de fato é a energia do público que determina o show, no final das contas.

Como é o seu processo criativo ao compor músicas? Quais são suas principais fontes de inspiração? 

Compor ainda é um campo muito novo para mim, então eu ainda não consigo determinar o que de fato tem feito dar certo, porque cada dia eu tenho tentado com uma estratégia diferente. Mas até então eu acho mais fácil falar dos outros, de situações que não estão ligadas a mim de nenhuma forma. A partir daí eu consigo formular as coisas mais rápido, quando não tem sentimento meu envolvido.

Além de cantora, você também é violonista e compositora. Como essas diferentes habilidades se complementam em sua arte e influenciam seu estilo musical?

 De fato, eu me expresso muito melhor quando estou com o violão na mão, além de me sentir muito confortável. Tocando eu consigo reproduzir canções com roupagens muito diferentes. É uma coisa com a qual eu particularmente adoro brincar.

Você mencionou que vive e respira música. O que a música representa para você em um nível pessoal e como ela impacta sua vida diária? 

A música determinou todas as minhas relações pessoais, meu ciclo de amizades é formado por músicos, contratantes, produtores musicais de todos os gêneros. Sempre que eu tenho um tempo livre e vou fazer algo para me distrair, sempre tem a ver com assistir ao show de alguém sempre na busca de aprender alguma coisa para incluir no meu trabalho. Então eu acabo ficando nesse eterno ciclo

Quais são seus planos e objetivos futuros na música? Há algum projeto específico em que você esteja trabalhando atualmente? 

No momento eu estou trabalhando no meu primeiro EP autoral, que tem o nome Afrolove, e que vai trazer seis canções que conversam entre si, contando uma história de amor entre um casal preto.

Como você vê o papel da música na sociedade contemporânea e qual é a mensagem que você espera transmitir ao seu público através de suas canções?

Muito mais que trazer entretenimento, a música para mim é uma forma de expressão cultural que reflete muito das minhas experiências, emoções e valores além de ser uma forma poderosa de comunicação que pode transcender as barreiras linguísticas e culturais, conectando pessoas de todo o mundo. Ela pode transmitir mensagens sociais, políticas e emocionais, criando um senso de comunidade e solidariedade.

Conheça a página da banda clicando aqui.

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