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Videoarte, corpo, imagem, cidade

Por Daniel Toledo


Disseminada sobretudo a partir dos anos 1960, a videoarte conta hoje com uma ampla tradição no estado de Minas Gerais. Dentro dessa tradição, os recursos do vídeo são postos em diálogo com elementos da performance, da fotografia, do desenho, da arte digital, da escultura e da pintura, constituindo-se um movimento que aproxima campos inicialmente distintos da produção de imagens e amplia as possibilidades de criação audiovisual.


Dentre os trabalhos selecionados pela convocatória, os vídeos "Cicatriz", "Raiz d'água", "Wawa wasi" e "Puerpério na ilha dos ossos" trazem, a partir do corpo e de narrativas audiovisuais, abordagens bastante contemporâneas sobre questões como ancestralidade e maternidade. O corpo também surge como elemento central nos trabalhos "Dois pontos" e "Meu corpo minha morada", dentro dos quais ações mínimas ganham amplos significados.


A fotografia ganha destaque em "Apanhador para grandezas impalpáveis" e "Pavia": duas obras que convocam nossa atenção para a linha tênue que separa o que é estático e o que se movimenta. Em "Fuga", por outro lado, somos convidados a refletir sobre a potência da fotografia como processo e modo de expressão, tendo acesso a reflexões e imagens que partem de um curso ministrado junto a pacientes da saúde mental.


Desenho, arte digital, escultura e pintura também são linguagens presentes entre os vídeos selecionados. Nesse sentido, obras como "Capadura", "Eyjafjallajokull", "Volver" e "Quem é arte? Políticas do corpo" nos provocam a perceber, respectivamente, cada uma dessas linguagens e também os caminhos trilhados por cada uma delas para a constituição e a transformação de matérias e imagens.


Na esteira de experimentações propostas pelos trabalhos selecionados, ainda há espaço para a metalinguagem, no vídeo "Promete que não conta nada?". Já em "O tempo não passa, quem passa somos nós" e "Experimento respiratório nº 1", exercícios de montagem e interferências digitais emolduram experiências de confinamento e libertação. "Armário", por sua vez, nos apresenta uma polifônica paisagem sonora e visual que nos levam ao contexto da luta contra a homofobia.


Em "Controle de tráfego" e "De Portinari em Portinari", são a cidade e seus fluxos que surgem como personagens centrais dos trabalhos, convidando-nos a experiências ao mesmo tempo lúdicas e críticas a partir de signos e símbolos que permeiam o imaginário e a própria vida urbana.


Confira de onde são os autores:


Betim


"Cicatriz", Éle Fernandes


Barbacena


"Raiz d'água", Iasmin Alice da Silva


Belo Horizonte


"Apanhador para riquezas impalpáveis", Daniela Paoliello


"Capadura", Rafael Fernandes


"Controle de tráfego", Jackson Abacatu


"De Portinari em Portinari", Flávio Cro


"O tempo não passa, quem passa somos nós", Thiago Monteiro
"Pavia", Pri Garcia


"Promete que não conta nada?", Rebeca Figueiredo
"Quem é arte? Políticas do corpo", Domitila Vitória


"Wawa wasi", Yanaki Herrera


Coronel Fabriciano


"Eyjafjallajokull", Christianne de Sá


Nova Lima


"Dois pontos", Christiano Igor da Silva Carvalho


"Experimento respiratórion nº1", mutano


Sabará
"Armário", Pedro Moreira


São João Del Rey
"Meu corpo minha morada", Osso Videoarte


Tiradentes


"Volver", Elisabeth Ramos


"Puerpério na ilha dos ossos", Mailza Bernard


Ubá


"Fuga", Aline Gabriel


 




Assista o vídeo


 



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