Após passar por diversos festivais internacionais e estrear em inúmeras salas de cinema em todo o Brasil, Marte Um (2022), de Gabriel Martins, chega ao Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. A Fundação Clóvis Salgado realiza, no dia 29 de setembro (quinta-feira), a sessão especial “Marte Um – Vamos juntos rumo ao Oscar”, a partir das 20h, com entrada gratuita. O diretor e o elenco do filme estarão presentes na exibição, que busca somar forças para a campanha da obra rumo ao Oscar 2023. O longa, que está em cartaz nos cinemas, é o primeiro filme mineiro a ser escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para concorrer a uma vaga na disputa pelo prêmio de Melhor Filme Internacional. Os ingressos serão distribuídos a partir das 12h do dia 27 de setembro (terça-feira), na bilheteria do Palácio das Artes e na plataforma Eventim. Cada pessoa poderá retirar um par de ingressos, que virão com a marcação dos assentos. A classificação indicativa da sessão é de 16 anos.
Marte Um acompanha o dia a dia dos Martins, uma família negra de classe média baixa que vive na periferia de uma grande capital. Entre trabalhos, utopias, amores e traumas, os personagens tentam seguir vivendo em um Brasil tensionado por mudanças. Cada um deles mantém seus desejos e expectativas: a mãe Tércia cuida da casa enquanto passa por crises de angústia; o pai Wellington quer ver o filho virar jogador de futebol profissional; a filha mais velha, Eunice, tem um novo amor e o pequeno Deivinho sonha em colonizar Marte. Dando vida a esta família, o filme traz, respectivamente, Rejane Faria, Carlos Francisco, Camilla Damião e Cícero Lucas.
De Contagem para o Mundo – Marte Um, escrito e dirigido pelo cineasta mineiro Gabriel Martins, é o segundo longa-metragem de ficção do realizador e primeiro solo, depois de No Coração do Mundo (2019). Produzido pela Filmes de Plástico (companhia criada em Contagem e hoje sediada em Belo Horizonte), a partir de um edital de ação afirmativa de baixo-orçamento lançado em 2016, o filme foi rodado no final de 2018 nas cidades de Contagem, Belo Horizonte e Nova Lima, em Minas Gerais, com um custo de produção de R$ 1.250.000,00.
A obra gerou centenas de empregos diretos e indiretos, movimentando a indústria criativa do setor audiovisual no estado. A equipe e o elenco, majoritariamente formados por técnicos e artistas pretos, são reflexo de uma narrativa que busca trazer protagonismo para esta parcela da população, ainda fortemente subrepresentada no cinema.
Cinema à moda antiga – O Grande Teatro Cemig Palácio das Artes é conhecido em todo o país por ser palco de óperas, concertos e espetáculos de teatro e dança grandiosos, formando uma trajetória consolidada como destacada casa de cultura para artistas locais, nacionais e internacionais. Com seus mais de 1.700 lugares, o espaço torna-se também o ambiente ideal para reunir centenas de pessoas em torno da sétima arte.
Para a sessão de Marte Um no Grade Teatro Cemig Palácio das Artes, será montada uma estrutura de projeção cinematográfica, de modo a proporcionar para a comunidade uma forma única de fruição, rememorando a experiência arquitetônica e conceitual da era de ouro do cinema. A exibição convoca o público a ter uma experiência sonora e visual diferenciada, que já não existe mais. Ao mesmo tempo, marca a celebração da produção cinematográfica mineira e sua importância no cenário nacional e internacional, ressaltando a trajetória de sucesso da produtora Filmes de Plástico e evidenciando esse caminho e seus resultados para uma quantidade de pessoas cada vez maior
Caminho de reconhecimento – Marte Um já ostenta um percurso de sucesso crítico e coleciona alguns marcos pioneiros. O filme é o primeiro longa mineiro a ser indicado pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais para representar o país no Oscar 2023, na categoria “Melhor Filme Internacional”. Gabriel Martins, diretor da obra, é o primeiro cineasta preto do país a ter um filme escolhido na corrida por uma vaga na premiação.
A estreia mundial do filme aconteceu em janeiro de 2022, no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, o maior dedicado ao cinema independente no mundo. Além de fazer parte da Competição Internacional, o longa foi também um dos escolhidos para abrir o evento. A obra teve críticas positivas e foi assunto de matérias nos principais veículos norte-americanos, como a revista Variety e o jornal The New York Times.
Desde então, Marte Um já foi exibido em quatro continentes e diversos países, somando 45 seleções em festivais de prestígio, dentre eles mais de uma dezena apenas nos Estados Unidos, como no reconhecido TriBeCa Film Festival, de Nova York. A obra ainda acumula prêmios em outros eventos da crítica ao redor do país e também fora.
Já no Brasil, o longa de Gabriel Martins teve sua estreia no 50º Festival de Gramado (2022), onde recebeu quatro prêmios, incluindo o de Melhor Filme pelo Júri Popular. Na semana seguinte, a equipe e o elenco do filme fizeram um circuito de pré-estreias em quatro cidades do Brasil, com sete salas esgotadas nos cinemas que abrigaram o longa. Em 25 de agosto deste ano, Marte Um chegou ao circuito comercial brasileiro, e segue em cartaz, com grande apoio da crítica especializada.
Cinema e Modernismo
A exibição de Marte Um no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes marca o encerramento da mostra Veredas Antropofágicas, que relaciona o cinema de invenção Brasileiro e o modernismo, em cartaz no Cine Humberto Mauro. O cinema como expressão de autor, carrega em sua mise-en-scène leituras múltiplas sobre o ser moderno, o progresso, os povos. A cinematografia contemporânea encontra caminhos para pensar os novos agentes sociais que experimentaram linguagens modernas de expressão no cinema. O filme Marte Um representa uma perspectiva de futuro para produções realizadas por artistas negros em nosso país.
O Modernismo em Minas Gerais
O Modernismo como trajetória histórica e cultural é fonte rica e inesgotável: deve ser vivenciado, revisitado, apreciado e preservado. Com essa premissa, o programa O Modernismo em Minas Gerais reconstitui a trajetória do movimento artístico mais marcante do século XX no Brasil.
O projeto percorre o núcleo modernista formado em Minas Gerais, principalmente Belo Horizonte, a partir da década de 1920 e evidencia a participação dos mineiros no movimento e suas contribuições em nível nacional. O programa pretende fazer com que o público entre em contato com as contribuições dos artistas nas mais diversas expressões e linguagens culturais, bem como as consequências do movimento nos mais variados domínios da arte.
Entre os destaques da programação, estão: Ciclo de Debates, Saraus Modernistas, Espetáculos Musicais, Mostra de Cinema, lançamento de longa-metragem documental, Espetáculo de Dança, Concertos Sinfônicos, Mostra Fotográfica, Espetáculo Teatral e Publicações. A programação acontece até o fim deste ano nos espaços do Palácio das Artes.
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