Há 40 anos atrás, surgiu o Grupo Galpão, uma das mais bem-sucedidas trupes de teatro da história das artes cênicas brasileiras. Idealizado por Teuda Bara, Eduardo Moreira, Wanda Fernandes e Antonio Edson, a sua origem está ligada à tradição do teatro popular e de rua.
Em 1982, conforme consta no site do grupo, os atores participavam de uma oficina de teatro dos alemães Kurt Bilstein e George Froscher, integrantes do Teatro Livre de Munique. Com os diretores alemães, encenaram uma temporada de 15 dias da peça ‘A Alma Boa de Set-Suan, de Bertolt Brecht. Terminada a temporada, a companhia alemã foi-se embora, levando consigo todo o aparato (cenário, figurinos, pernas de pau, etc). Em meio ao vazio deixado, em uma mesa de bar na capital mineira, fundou-se o Galpão. O primeiro espetáculo montado pelo grupo foi “E a noiva não quer casar”. Em plena ditadura, a peça reunia em torno de 600 pessoas no centro de Belo Horizonte, a cada apresentação. Desde então, foi sucesso atrás de sucesso.
As primeiras peças, com destaque para as montagens “Ó pro cê vê na ponta do pé” e a “A comédia da esposa muda”, foram apresentadas em diferentes cidades de Minas Gerais e em festivais pelo Brasil. O sucesso das peças garantiu ao grupo cerca de 350 apresentações.
Os anos de 1990 a 1996 são considerados pelo Grupo Galpão como “o período do reconhecimento”. “Foi um processo lento, fervido em banho-maria, e cujos frutos só puderam ser colhidos depois de um intenso trabalho de semeadura e irrigação”. “Com ‘Álbum de família’, texto de Nelson Rodrigues, a colheita estava apenas começando. A montagem ampliava a presença do grupo no cenário nacional, e os prêmios e críticas se multiplicavam”. Assim está descrito no site oficial.
Em 1992, com “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, direção de Gabriel Villela, aconteceu a consagração definitiva do Grupo Galpão. A peça ficou marcada como um dos mais importantes espetáculos da história de toda a dramaturgia brasileira. Em 1994, a trupe recebe o Prêmio Shell especial de teatro, com a montagem.
Hoje, o Galpão é um dos grupos brasileiros que mais viaja, não só pelo país como também pelo exterior, já tendo percorrido o território brasileiro de norte a sul e participado de vários festivais em países da América Latina, América do Norte e Europa.
Em sua trajetória, o Galpão acumula 24 espetáculos, tendo participado de 48 festivais internacionais e mais de 75 festivais nacionais, passando por 18 países. Já realizou mais de 4 mil apresentações e já foi premiado por mais de cem vezes.
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