Para além da mera manifestação criativa, a arte se revela como uma ferramenta essencial na promoção da inclusão social e no enriquecimento cultural e pessoal dos indivíduos. O caminho rumo a um roteiro verdadeiramente inclusivo, no qual a arte e a cultura se erguem como pilares da transformação social, se apresenta desafiador, porém, extremamente necessário.
A fim de que as instituições culturais se tornem acessíveis a todos, independentemente das circunstâncias sociais, sensoriais, cognitivas ou físicas de seus visitantes, é imperativo que elas garantam a plena acessibilidade aos seus espaços e conteúdo.
A acessibilidade cultural abrange um conjunto de adaptações, medidas e atitudes que visam proporcionar conforto, hospitalidade e acesso equitativo à apreciação cultural para pessoas com deficiência e para públicos diversos. Assim, promover a acessibilidade nos espaços culturais, dar voz às pessoas com deficiência e aos novos públicos, e empoderá-los é, de fato, lutar pela garantia do direito de participação de todos na vida cultural de nossa comunidade.
Eis alguns exemplos de espaços acessíveis em Belo Horizonte:
Museu dos Brinquedos
No museu há áreas de circulação acessíveis para cadeiras de rodas, descrições detalhadas do acervo em fontes ampliadas, traduções de brinquedos para libras e audioguias. O museu disponibiliza totens com brinquedos táteis e uma mala sensorial. Além disso, oferece visitas guiadas em Libras e atividades adaptadas, como oficinas e jogos inclusivos.
Cine Theatro Brasil Vallourec
Todos os espetáculos produzidos pelo teatro incluem uma sessão com intérprete de libras e audiodescrição, enquanto as exposições contêm informações em braile. O teatro dispõe de assentos reservados para pessoas com deficiência, elevadores com placas em braile, poltronas adaptadas, banheiros acessíveis e sinalização adequada.
Museu de Arte da Pampulha (MAP)
Esse local, integrante do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, abriga um acervo composto por obras contemporâneas de artistas renomados como Alberto da Veiga Guignard, Tomie Ohtake e Emiliano Di Cavalcanti. O MAP garante o acesso de pessoas com deficiência através de rampas e elementos táteis em suas exposições, além de promover atividades sensoriais.
Cine Santa Tereza
Uma vez por mês, esse espaço realiza uma sessão especial do projeto Sessão Azul, direcionada a todas as idades e especialmente voltada às crianças com transtorno do espectro autista. Durante essas sessões, o ambiente é adaptado, com iluminação reduzida, volume de som mais baixo e livre circulação.
Espaço do Conhecimento UFMG
Neste local, acontece o "Sábado com Libras", um projeto que reúne estudantes e fluentes em Língua Brasileira de Sinais para sessões mensais de observação noturna voltadas para surdos, além de oficinas mensais em libras. A infraestrutura do local inclui rampas de acesso, pisos táteis de alerta e cadeiras de rodas disponíveis para empréstimo.
Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais
Nesse espaço, pessoas com deficiência visual têm acesso a informações e literatura por meio de livros em braile, além de receber orientação para suas pesquisas e estudos. O local também oferece cursos, exposições temporárias, clubes de leitura e exibição de filmes com áudio-descrição. Durante todo o ano, são realizadas exposições táteis.
Memorial Minas Gerais Vale
O Memorial desenvolveu o Guia Multimídia, disponível em tablets para os visitantes. A visita virtual pode ser realizada em cinco idiomas: português, inglês, francês, espanhol e libras. O Memorial também oferece atividades educativas que permitem aos visitantes explorar outros sentidos.
Museu das Minas e do Metal
No Museu, são oferecidas visitas guiadas em libras ao acervo permanente, em horários pré-definidos. Amostras de minerais ganham vídeos com imagens ampliadas, e há também audiodescrição de textos para pessoas surdas que leem português, assim como tradução para Libras.
Casa Fiat de Cultura
Nas exposições da Casa, algumas obras são posicionadas em alturas acessíveis para pessoas com deficiência. Além disso, são disponibilizados tablets com material informativo sobre as exposições, pensando especialmente no público surdo, que também pode contar com descrições das obras e do ambiente, bem como materiais táteis para referência.
Centro Cultural Banco do Brasil - Belo Horizonte
O CCBB-BH oferece visitas mediadas em Libras, nas quais um intérprete ouvinte explora detalhes das exposições em cartaz. Há também visitas mediadas cognitivas e multissensoriais, direcionadas a pessoas com transtorno do espectro autista e seus acompanhantes. Essas visitas proporcionam uma exploração sensorial das memórias, sentidos e sensações.
Fonte: Colab PUC Minas