Desde 2012, palhaços profissionais do Instituto HAHAHA levam alegria e magia a pacientes e seus familiares. Por meio de ações lúdicas, a trupe busca humanizar o ambiente hospitalar, transformando-o em um lugar mais ameno, cheio de sorrisos e de saúde. Em sua trajetória, que completa dez anos no dia 09 de julho, o Instituto já atendeu mais de um milhão de pessoas e expandiu sua atuação para, além dos hospitais, as Unidades de Acolhimento Institucional e Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), em Minas Gerais.
Elen Couto, uma das fundadoras da organização, acredita que a promoção da saúde da criança hospitalizada não se faz apenas com tratamentos médicos, mas também com um nariz vermelho. “Uma vez entrei em um hospital e tinha uma criança, que só se podia ouvir a voz dela pelo corredor perguntando quem chegou, brincando e rindo com os palhaços. Quando entramos no quarto, ela estava recebendo tratamentos intensivos por diferentes aparelhos. O que fica para mim é que todo paciente, em qualquer estado de saúde, tem o querer brincar e o direito de brincar. É nessa portinha que o paciente abre que a gente entra, criando um espetáculo no encontro, percorrendo os caminhos imaginados por eles. Embarcamos juntos e nisso está a mágica da palhaçaria profissional”, diz.
Para além do acesso à arte e cultura, as intervenções artísticas promovem benefícios à saúde de crianças, adolescentes e idosos ao alterar o seu estado de ânimo, estimula a criatividade e o lúdico diante das adversidades vividas pelo adoecimento, a alimentação e menor resistência aos procedimentos médicos. É o que confirma uma pesquisa realizada pelo Instituto Fonte (2008). Segundo o estudo, após a visita de palhaços profissionais, 96,3% das crianças e adolescentes ficam mais à vontade com o ambiente do hospital, 85,4% apresentam evidências clínicas de melhora, 77,7% se alimentam melhor, e 74,3% aceitam mais os exames e procedimentos médicos.
Formação
Somado a isso, há um empenho para a formação de novos palhaços. A organização oferece cursos para qualificação de grupos e pessoas que atuam como palhaços no ambiente hospitalar. A emenda inclui técnicas da linguagem artística e a construção de um espaço de reflexão, descoberta e aprimoramento. Para os curiosos de plantão, há oficinas que proporcionam uma vivência no modo de fazer do Instituto. (Oficina R-ZERO, Oficina R-01, Palhaços Sem Contraindicação, Oficina Hahaha).
Para suprir a falta de representatividade feminina na arte da palhaçaria, o Instituto Hahaha realiza um curso voltado para meninas. Intitulado ‘A palhaça vem hoje?”, a proposta da formação é fomentar a palhaçaria e promover o empoderamento feminino, artístico e cultural.
Ações
O Instituto Hahaha ocupa também palcos, escolas, empresas e espaços públicos. O menu de ações ajuda a garantir a sustentabilidade das intervenções artísticas em hospitais, eixo principal do trabalho.
Entre as ações, o espetáculo Zona de Risco - Palhaços em Hospital, baseado na dramaturgia do encontro e no improviso, é a oportunidade dos “besteirologistas” compartilharem causos e acasos que ocorrem somente nas enfermarias e pediatrias dos hospitais. Há também “Palhestras” e o programa “Expresso Hahaha”, que promove as ações do Instituto para outras instituições, cidades e Estados. Quando o Hahaha estaciona, o vírus da alegria e do profissionalismo causam uma epidemia por onde passa!
“Todo mundo tem dentro de si o querer rir, brincar, se divertir. E acreditamos na potência do trabalho profissional que realizamos, pois os espaços de saúde e de acolhimento onde estão crianças, adolescentes, idosos, familiares e profissionais da saúde têm o direito de acessar essa cultura da alegria. É isso que estamos fazendo nesses 10 anos de atuação!”, conta Elen.