A primeira edição do festival ocorreu em 2020, com intuito de enfatizar a importância da preservação do Cerrado, segundo maior bioma em extensão no Brasil e um dos ecossistemas mais ameaçados de todo o planeta. Em formato online, em virtude da pandemia da Covid-19, o espetáculo de imagens marcou a pequena Vila de Santa Bárbara, distrito de Augusto de Lima, e já se consolidou no calendário brasileiro do audiovisual. Foram mais de 20 mil acessos no ambiente virtual.
Inédito em Minas Gerais, o festival contou com a participação de 14 artistas nacionais e internacionais, que apresentaram narrativas que dialogam com o patrimônio cultural e natural do Cerrado mineiro. Durante o evento, foram realizadas oficinas voltadas para a comunidade local, palestras e debates com artistas e VJs - o “Visual Brasil Meeting”, oficina de mapping com conceitos fundamentais sobre a técnica de videomapping e um grande evento com projeção de conteúdo com alguns dos mais reconhecidos artistas do gênero.
Em 2021, em comemoração ao Dia Nacional do Cerrado, o festival realizou ações de “Lighting Nature” com interferências temporárias no canyon da cachoeira da Vila de Santa Bárbara e projeções de laser sobre pedras e lajedos. As intervenções misturaram o audiovisual à paisagem natural do lugar, fazendo aparecer em meio à mata, no entorno dos rios e das cachoeiras, figuras de animais ameaçados de extinção.
A próxima edição acontece entre os dias 23 e 25 de junho, novamente na Vila de Santa Bárbara. De acordo com Bernardo Brant, diretor de produção do projeto, a ideia é descentralizar e expandir a cultura e a arte para o interior de Minas. “Realizar o festival em uma vila do século XIX, no meio do Sertão mineiro, foi uma ousadia. Tivemos uma primeira edição exitosa (em 2020) e a nossa expectativa é ampliar ainda mais a audiência do evento”, ressalta Brant. O formato híbrido, com atividades e apresentações presenciais, e transmissão online, propiciará o acesso a um público maior. Espera-se, com isso, não só inserir a comunidade local, mas também consolidar o conceito de arte e tecnologia dialogando com as pessoas, o meio ambiente e a cultura.
O evento é realizado pela organização Oficina de Imagens - Comunicação e Educação - em parceria com o Coletivo Telenoika/ES e o Darklight Studio, que há 15 anos realiza o Festival Visual Brasil em Barcelona. Desde 2016, essas organizações criaram um intercâmbio cultural com o objetivo de fomentar experiências estéticas que aliam videomapping, memória e educação patrimonial.