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Projeto Caminhos da Inclusão oferece atrações que abordam o tema da acessibilidade e os direitos das pessoas com deficiência

14 de setembro de 2023
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5m
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Cena do filme "Meu nome é Daniel", que será exibido no Cine Humberto Mauro
A Fundação Clóvis Salgado (FCS) inaugura, durante o Setembro Verde, o projeto Caminhos da Inclusão, com programação voltada para a acessibilidade, a afirmação dos direitos das pessoas com deficiência e a democratização do acesso às atividades da instituição. São várias ações e eventos gratuitos, todos com foco nas experiências e demandas de pessoas com as mais diversas condições, sejam físicas, cognitivas ou de sentido. Entre os destaques, a mostra de cinema Deficiência em Tela, no Cine Humberto Mauro; os concertos e shows com acessibilidade no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes e no Parque Municipal Américo Renné Giannetti; a exposição acessível, Um País Chamado Pará, na CâmeraSete; visitas guiadas em Libras no Palácio da Liberdade, além da programação inclusiva no Centro Cultural Banco do Brasil, no Memorial Minas Gerais Vale e em outros equipamentos do Circuito Liberdade, gerido pela FCS. Também integra a programação o Festival Acessa BH, em parceria com a Fundação Clóvis Salgado.

O Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam o projeto Caminhos da Inclusão. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm como mantenedores Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Master da ArcelorMittal, Patrocínio da Usiminas e Correalização da APPA – Arte e Cultura.

Inclusão e acessibilidade são o tema da mostra Deficiência em Tela, no Cine Humberto Mauro entre os dias 18/9 (segunda-feira) e 25/9 (segunda-feira). Com mais de 20 filmes e variadas ferramentas de acessibilidade, a curadoria feita por Sara Paoliello traz ampla seleção de curtas e longas-metragens marcados pela diversidade de narrativas e gêneros. A mostra convida o público a mergulhar em obras que refletem as complexidades da experiência das deficiências. Como medida prática de inclusão, o acesso ao Palácio das Artes pelo Parque Municipal Américo Renné Giannetti será temporariamente aberto.

Já na CâmeraSete – Casa de Fotografia de Minas Gerais, a exposição Um País Chamado Pará, aberta a visitações até 30/9 (sábado), tem trazido à galeria diversos serviços oferecidos às pessoas com deficiência, como piso tátil, catálogo em braille, audiodescrição e atendimento em Libras. A galeria fica aberta de terça a sábado, das 9h30 às 21h.

Os concertos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) e do Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG) também têm dado o exemplo quando o assunto é diversidade e inclusão. A Fundação Clóvis Salgado disponibiliza, nestas apresentações e em outros eventos, como a Batalha Drag de Lip Sync, realizada em 10 de agosto, profissionais intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) – tanto para a tradução simultânea das apresentações, quanto para orientação ao público surdo nos espaços que dão acesso ao Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Hall e Foyer) ou à plateia ao ar livre, no caso dos eventos da série Concertos no Parque.

Em setembro, o público com deficiência terá a oportunidade de acompanhar, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, o talento da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) unido à genialidade de um dos maiores letristas do país. O conjunto de instrumentistas interpreta, às 10h30 do dia 24/9 (domingo), e sob regência do maestro convidado Marcelo Ramos, a Suíte do Cigano, composição erudita criada por Márcio Borges – integrante do célebre Clube da Esquina –, em parceria com a renomada maestra Claudia Cimbleris. As ações de inclusão continuam nos próximos meses, com destaque para as medidas de acessibilidade durante a grande ópera Matraga, que em outubro traz a obra de Guimarães Rosa ao Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, reafirmando o compromisso da FCS com uma produção cultural feita para todos.

O Setembro Verde na Fundação Clóvis Salgado recebe ainda o Festival Acessa BH, evento que chega à sua 3ª edição, colocando as pessoas com deficiência no centro dos debates e das práticas inclusivas. O Teatro João Ceschiatti será o palco, nas noites dos dias 15/9 (sexta-feira), 16/9 (sábado), 17/9 (domingo), 22/9 (sexta-feira) e 23/9 (sábado), de cinco espetáculos que tratam das histórias e vivências de pessoas com deficiência, colocando-as como protagonistas e proporcionando, também, ao público com deficiência, a possibilidade de fruição artístico-cultural. Os ingressos para os espetáculos teatrais podem ser retirados gratuitamente na bilheteria do Palácio das Artes, a partir de uma hora antes de cada apresentação. De forma a aprimorar a experiência dos espectadores, o Teatro João Ceschiatti ganhou uma estrutura mais apropriada para receber pessoas cadeirantes. Os espaços estão mais confortáveis, com maior independência para o cliente e uma rampa com uma inclinação mais adequada. Agora, o Teatro conta com três lugares reservados para pessoas que fazem uso de cadeiras de rodas.

O Cine Humberto Mauro também promove exibições em parceria com o Festival Acessa BH. No dia 20/9 (quarta-feira), a partir das 17h45, acontece uma exibição do premiado filme Meu nome é Daniel (2018), dirigido por Daniel Gonçalves, que estará presente comentando a sessão. Logo depois, às 19h30, acontece uma exibição de quatro curtas-metragens de três estados do país, comentados pelos diretores e com mediação de Sara Paoliello, produtora do Cine Humberto Mauro, pesquisadora e pessoa com deficiência. Já em 23/9 (sábado), às 17h15, o Hall de Entrada do Cine Humberto Mauro recebe a performance A óperária, dos artistas Brisa Marques e Samuel Samways, com recursos de Libras e audiodescrição. Logo depois, às 18h, acontece uma sessão especial do tradicional programa Cineclube Acessível, com o filme brasileiro O artista e a força do pensamento (2021), dirigido por Elder Fraga. O Cineclube Acessível oferece sessões mensais comentadas por profissionais especializados no assunto, a fim de promover um diálogo crítico e informativo sobre a acessibilidade no cinema. A exibição de setembro será comentada pelo curador, diretor e produtor Marcelo Cesar Silva. As duas sessões contarão com os recursos de Libras, legendas e audiodescrição. Os ingressos para as exibições podem ser retirados na bilheteria do Cine Humberto Mauro, a partir de uma hora antes de cada sessão.

Estas ações de acolhimento das pessoas com deficiência têm se tornado uma política permanente. Entre julho e agosto de 2023, a Fundação Clóvis Salgado promoveu um curso de Libras para capacitar servidores envolvidos no atendimento ao público. A iniciativa, conduzida pela servidora do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) e estudante de Libras, Léia Araújo, reuniu funcionários de diversos setores da instituição, com foco na melhoria do atendimento às pessoas com deficiência. O curso resultou na formação de um grupo virtual permanente, no qual os participantes (funcionários e servidores das áreas de Limpeza, Segurança, Manutenção e Administração) têm tido encontros mensais para praticarem a Língua Brasileira de Sinais.

Além desta iniciativa, a Fundação Clóvis Salgado tem investido também na reforma de banheiros e elevadores de acessibilidade. O Palácio das Artes conta com rampas na entrada e banheiro acessível. Já o Cine Humberto Mauro dispõe de rampa na entrada, dois assentos acessíveis na lateral esquerda – um para pessoas obesas, outro para pessoas com mobilidade reduzida –, e quatro vagas para cadeiras de rodas na parte traseira do cinema. O público com deficiência pode, ainda, utilizar as vagas exclusivas do estacionamento do Palácio das Artes, com entrada pela avenida Carandaí, bastando apresentar a credencial para estacionamento especial/reservado emitida pela prefeitura da cidade (ou do estado, caso a prefeitura não ofereça este serviço) onde a pessoa reside. Outra iniciativa de inclusão já estabelecida no calendário da Fundação Clóvis Salgado contempla o Prêmio Humberto Mauro, edital da FCS em parceria com o BDMG Cultural, e que visa incentivar a produção audiovisual em Minas Gerais. A seleção investe na tradução para Libras e na realização de audiodescrição e LSE (legendas para surdos e ensurdecidos) em todos os filmes premiados.

Circuito Acessível – Os vários equipamentos do Circuito Liberdade mantêm um conjunto de medidas para promover a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência, que podem ser acessadas na íntegra no site do Circuito ou nas redes sociais.

O Palácio da Liberdade realiza duas visitas mediadas com interpretação simultânea para a Língua Brasileira de Sinais, nos dias 22/09 (sexta-feira) e 30/9 (sábado), sempre às 14h, para grupos de até 15 pessoas. O Festival Acessa BH também chega ao Palácio da Liberdade, trazendo dois espetáculos que conectam a dança à diversidade de corpos. No dia 22/9, a partir das 16h, os Jardins do Palácio da Liberdade recebem Adaptat. No dia 30/9, no mesmo espaço, a Cia Ananda apresenta Andanças Urbanas, às 11h e 16h.

No Memorial Minas Gerais Vale, acontece, das 13h do dia 16/9 (sábado) às 2h do dia 17/9 (domingo), a Virada Criativa do Memorial. Atrações variadas tomam conta do interior do espaço e do seu entorno em cerca de 12 horas de programação, que conta com shows musicais, performances, intervenções, oficinas, teatro, cinema e muitas outras atrações, incluindo alguns eventos com acessibilidade em Libras.

Para celebrar o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência (21/9), o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) vai dedicar uma semana com ações que evidenciam a importância da acessibilidade cultural para uma sociedade mais igualitária. As atividades, realizadas de 16/9 (sábado) a 22/9 (sexta-feira) e que envolvem contação de histórias, bate-papos, visitas e palestras, serão conduzidas por educadores e artistas que têm deficiência, e contarão com ferramentas de acessibilidade como a interpretação para Libras.

Já o Espaço Cultural da Escola de Design UEMG realiza as palestras Natal Inclusivo, no dia 27/9 (quarta-feira), e Museus são lugares sensacionais. Mas para quem?, em 28/9 (quinta-feira). Os dois encontros acontecerão a partir das 19h, no Mezanino da Escola de Design, dentro do programa Cultural do Acessível. O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal também promove uma conversa acerca das confluências entre cultura e acessibilidade. O seminário Diálogos e parcerias no Memorial Minas Gerais Vale: reflexões sobre acessibilidade nas visitas mediadas ocorre no dia 21/9 (quinta-feira), entre as 15h30 e as 16h30, e integra a II Jornada de Educação em Museus (19/09 a 22/09), que tratará de vários temas, dentre os quais a inclusão. O MM Gerdau possui diversas estruturas de acessibilidade, como elevador, exposições acessíveis (mobiliário, amostras táteis e audiodescrições), mediação e receptivo em Libras, banheiros acessíveis e exposições especiais, como o tour virtual com ferramenta de Libras e audiodescrição e o Circuito Acessível Pedras Sabidas, em exposição permanente e que gerou interfaces interativas, que permitem aos visitantes tocarem amostras minerais da coleção e acionarem conteúdos inclusivos, tais como vídeos com imagens ampliadas, áudios, textos e interpretação em Libras.

O Espaço do Conhecimento UFMG também promove, ao longo do mês, a programação Setembro da Inclusão, com diversas atividades para o público surdo, além de ações e eventos voltados para pessoas do espectro autista. São oficinas, visitas mediadas e observações astronômicas, dentre outras atividades gratuitas oferecidas pelo museu.

A Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, por sua vez, mantém e aprimora há mais de 50 anos o atendimento a pessoas com deficiência visual por meio do Setor Braille, referência no atendimento a este público. No espaço, que funciona de segunda a sexta, das 08 às 18h, o público com deficiência visual tem acesso garantido à informação e à literatura, com diversos livros, periódicos, revistas e materiais acessíveis em áudio e em Braille, bem como diversos filmes com audiodescrição. Estão disponíveis, também, vários equipamentos para uso dentro da instituição (linha Braille, computadores com leitores de tela e acesso à internet, lupas eletrônicas, máquinas Perkins, regletes, equipamento de visão artificial, OrCam MyEye). São promovidos ainda estudos, orientação para pesquisas e leitura viva-voz por meio de trabalho voluntário, auxílio em inscrições para concursos e diversas atividades de incentivo à leitura (Tempo Para Ler, Clube de Leitura, Café com Poesia etc.). Há, também, palestras voltadas ao interesse das pessoas com deficiência visual.

Arte e cultura para todos – A Fundação Clóvis Salgado não abre mão da defesa da cultura enquanto um bem público, ao alcance de todos. O ano de 2023 tem sido marcante para este compromisso com a diversidade. Programações como o Abril Indígena no Palácio da Liberdade, a Batalha Drag de LipSync, o show Nomade Orquestra convida Kaê Guajajara, a mostra O Cinema de Ousmane Sembène e a exposição Jequitinhonha: Origem e Gesto, além da plataforma cineHumbertoMauroMAIS, entre outros, demonstram a abertura da instituição para as mais variadas linguagens, abordagens, localidades e subjetividades artísticas, de todos e para todos.

Neste sentido, o Cefart também cumpre um papel de relevância, tanto organizando cursos complementares que tematizam questões étnico-raciais, diversidade sexual e direitos das pessoas com deficiência quanto incluindo estas temáticas no currículo dos alunos que frequentam os cursos regulares. Em março de 2023, foram realizadas pelo menos três iniciativas, entre cursos e aulas abertas, abordando as intersecções entre acessibilidade e arte/cultura. Para o segundo semestre deste ano, estão previstos ciclos de atividades com palestras, oficinas, rodas de conversa e apresentações artísticas com a temática de inclusão e diversidade, a serem realizadas mensalmente como ação continuada.

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