A partir do encontro com o berimbau e da relação construída com as danças urbanas e a capoeira, esta pesquisa faz emergir o despertar da ancestralidade negra, buscando uma construção identitária que se baseia no homem primitivo em relação à natureza, assim como a descoberta do fogo a partir de elementos naturais como pedras, madeira e afins. O fogo é a manifestação de um estágio diferente da matéria, resultado da interação entre os elementos a partir da ação humana sobre eles. Da mesma forma o berimbau é resultado da interação entre madeira (biriba), cabaça (feita do fruto seco da cabaceira), corda (feita de fio de arame de aço), uma pedra ou moeda e um caxixi (pequeno chocalho), que a partir da ação humana pode se manifestar enquanto um instrumento monocórdio e percussivo, mas também pode ser compreendido como a representação de um arco ancestral, um ponto de equilíbrio, uma arma, um elemento de resistência, um mensageiro e um guia.
Minibio
Joel Popper é graduando em Dança pela UFMG. Artista, professor, pesquisador e coreógrafo, atuou em programas de pesquisa na UFMG, além do Programa de Residência Artística Lab Cultural 2022 do BDMG Cultural. Integra o elenco dos espetáculos "Pai Contra Mãe" e da montagem infantil “Mexerica”, da Cia Fusion de Danças Urbanas. É orientador de Artes Cênicas no Palácio das Artes de Vespasiano, onde também dirige a C2 Cia de Dança. Em 2022, recebeu o Prêmio Cidade de Vespasiano pelo protagonismo no ensino e na disseminação da Dança na cidade. Acumula prêmios em batalhas e competições coreográficas estaduais e nacionais.
Também conhecido como Magu, Anderson Martins Ferreira teve seu primeiro contato com a cultura Hip Hop em 2000, durante uma oficina de rima ministrada pelo MC Simpson Souza. A partir daí, ingressou no mundo do Hip Hop: foi integrante do grupo de rap Consciência Extrema, do grupo de dança Black White Boys (BWB) e do grupo Brooklyn Soul, acumulando experiências como MC e dançarino. A partir de 2019, Magu se volta para a cena do rap, trazendo músicas que falam de amor, família e outros elementos do universo Hip Hop.
Johnny Herno é um artista mineiro com 20 anos de dedicação à música e às artes. Com trabalhos realizados na América, Europa e Ásia, se enveredou pelas trilhas sonoras. Músico, percussionista e performer, sua principal pesquisa foi batizada “Berimlata”: um monocórdio da família dos arcos sonoros, feito com corda de arame de pneu e arco de semente de biriba. Juntos, formam o corpo do mensageiro sonoro.
Conheça mais: @joelmartin.s
