O curta-metragem "Anáfora" nasce a partir do cenário político e social brasileiro dos anos 2020, com ênfase na população pobre que viu suas vísceras escancaradas pela pandemia, o desemprego e a inflação. "Anáfora", porque insiste no começo. "Vida", porque se repete inúmeras vezes para designar o homem branco, rico e heterossexual que a personifica, dizendo o quão barata é a carne de milhões de brasileiros. Há um contraste entre o que é dito e o que é mostrado: apesar de enaltecer, por meio das palavras, a Vida e todas as suas bem-aventuranças, as imagens condenam o discurso, ao sugerir a morada, o espaço e o lugar daqueles que não têm mais que o subsolo, as profundezas, o ralo. As cores escolhidas são preto e branco, que fazem o papel de tentar tamponar a sujeira e a precariedade da vida da população pobre. A romantização da pobreza, dos pratos sujos, do bar fétido, das doenças e do indigno sofrimento – que só massageia as mãos e bolsos dos homens de terno.
Minibio
Nayara Oliveira, 26 anos, cria de Nova Matrona, no Norte de Minas, é atriz, escritora, psicóloga e se aventura no universo do cinema como diretora, produtora e roteirista. Atualmente participa do coletivo de escritoras Escreviventes. Escreveu e dirigiu o espetáculo "O que andam lhe vendendo como amor" em 2019. Escreveu e dirigiu o curta "A vaidade da boca" em 2020. Escreveu e dirigiu o espetáculo "Tudo aquilo que eu queria dizer" em 2021. Recebeu, em 2022, por "Anáfora", Menção Honrosa no 7º Prêmio BDMG Cultural.
Édila Thais é atriz, produtora e diretora de cinema e teatro. Dirigiu e atuou no curta-metragem "Última Noite" e dirigiu o espetáculo "Uma Gaveta". Segue realizando projetos culturais e artísticos que envolvem dança, contação de histórias, teatro e cinema.
Mateus Sizilio é natural de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, além de turismólogo e produtor audiovisual. Participou do curta-metragem "Sobre a Falta De", de Lara Araújo, em Montes Claros, no ano de 2008. Em 2010, inicia a carreira de documentarista, com o filme “Construindo Nossa História – Festa de Senhora Sant'Ana”, recebendo o Prêmio Nacional de Agente Jovem do ano de 2010. Foi professor em programas públicos de educação e cidadania, além de fotógrafo da Agência Pública de Jornalismo Investigativo de São Paulo e produtor de trilhas sonoras para audiovisual. Sócio fundador da Associação Baru Cultural, em Montes Claros, participa de coletivos de cultura e meio ambiente no Norte de Minas Gerais. Coordenou a Oficina de Vídeo Documentário Construindo Nossa História, em Matias Cardoso, e a Mostra Dia dos Gerais, em Montes Claros. É diretor e fundador da Casa Colorida Filmes.
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