Programação conta com espetáculos teatrais, de dança, performances, contação de histórias, lançamento de livros, exibições audiovisuais, rodas de conversa, debates e oficinas protagonizados por artistas com e sem deficiência
Um festival multicultural com foco na acessibilidade. Este é o Acessa BH, um evento de arte e cultura que busca contemplar a diversidade e inclusão, trazendo produções protagonizadas por artistas com deficiência, e oferecendo recursos de acessibilidade ao público em toda a programação: Libras, legendas, audiodescrição, acessibilidade física.
A programação gratuita conta com espetáculos teatrais, de dança, performances, contação de histórias, filmes, lançamento de livros, rodas de conversa, debates e oficinas, e, pela primeira vez, recebe em Belo Horizonte artistas de outros três estados brasileiros.
O Festival Acessa BH será realizado de 14 a 30 de setembro, em seis espaços culturais da cidade. A abertura oficial acontece no dia 14, às 19h, na Funarte-BH, com convidados dos poderes públicos Federal, Estadual de Minas Gerias e Municipal de Belo Horizonte, além dos idealizadores e representantes dos patrocinadores e apoiadores. Na sequência, o público poderá conferir o espetáculo “Canto dos Malditos”, do paulistano Marcos Abranches, em apresentação inédita em Belo Horizonte.
Em sua 3ª edição, o festival é realizado pela primeira vez de forma totalmente presencial em Belo Horizonte e com a realização de debates e oficinas. Artistas e grupos do Ceará, Paraná, São Paulo e Minas Gerais são presenças confirmadas no evento. “Chegamos ao terceiro ano do Acessa BH muito felizes com o impacto que o festival gerou nas duas edições anteriores. Mesmo acontecendo em formato híbrido, tivemos uma grande participação do público e, agora, nossa expectativa é ainda maior com a realização do evento de forma presencial. Vamos fazer com que o Acessa BH seja um espaço potente de encontro, transformação, discussão e de troca de experiências, onde todos possam se divertir, refletir e aprender. Isso é muito importante reforçar: o Acessa BH é um Festival para todos!”, afirma Lais Vitral, idealizadora e curadora do Festival.
Segundo o IBGE, o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência, o que representa cerca de 8,9% da população. “Dar o protagonismo às pessoas com deficiência e garantir o direito à cultura e o acesso aos palcos, oficinas e debates são os objetivos do evento. O Acessa BH busca inserir o assunto da diversidade e da acessibilidade, proporcionando que a pauta esteja presente no cotidiano. Nesta terceira edição, ampliamos nossa equipe, contando agora com diversos consultores em acessibilidade que nos auxiliam e orientam em como promover um Festival cada vez mais acessível”, afirma Daniel Vitral, coordenador do Acessa BH.
A coordenação de acessibilidade do evento é mais uma vez da audiodescritora e mestre em comunicação Anita Rezende, e integram a equipe de consultores Bruno Grossi e Daniele Muffato – diretores da ASPAS – Associação Pró-Autistas, Elizabet Dias de Sá – consultora em audiodescrição, Diego Figueiredo – surdo oralizado e membro do movimento Bilingue (português/Libras), Flávio Maia - intérprete de Libras e Laura Martins – autora do Blog Cadeira Voadora.
“Acredito no enorme potencial do Acessa BH para impulsionar transformações no panorama da arte e da cultura nos próximos anos, trazendo visibilidade às pessoas com deficiência e acessibilidade aos locais. Como consultora, ao visitar os espaços que abrigarão os eventos, observo, por exemplo, o quanto nossa presença e demandas têm provocado abertura das instituições no sentido de proporcionar ambientes mais adequados para acolher todos os públicos. Somente isso já apontaria para um futuro mais acessível, mas o impacto é bem maior, porque estamos falando de representatividade e de pertencimento”, explica a consultora Laura Martins.
Para o Acessa BH, incluir pessoas com deficiência em eventos culturais é uma oportunidade de fazer com que elas se tornem parte integrante da comunidade cultural e que sejam valorizadas por suas contribuições artísticas. “A importância do Acessa BH reside em, pelo menos, quatro pontos: dar espaço para artistas e coletivos muito talentosos que nem sempre tem a visibilidade que merecem; facilitar a interação destes artistas com outros, com e sem deficiência; oferecer uma programação de qualidade e acessível para um público diverso e estimular todo mundo a refletir e aprender sobre acessibilidade. Esse ano, o Festival traz duas ótimas novidades. Uma é a ênfase nos eventos presenciais que privilegiam o encontro entre espectadores e artistas; a outra é o nosso time de consultores que trazem questões amplas e específicas de várias deficiências. A partir dessa diversidade de vivências e pontos de vista, a gente espera atender a todos de forma cada vez melhor, mais embasada e mais acolhedora”, conta Anita Menezes, coordenadora de acessibilidade do Festival.
Estreia nos palcos
Outro destaque da 3ª edição do Festival Acessa BH são os oito espetáculos inéditos em Belo Horizonte: “Canto dos Malditos”, de Marcos Abranches (SP); “O Subnormal – uma história de baixa visão”, de Cleber Tolini (SP); “Corpo Celeste”, de Giovanni Venturini (PR); “Adaptat”, de Lívea Castro | Nó Movimento em Rede (PR), e as produções mineiras “O Menino do olho que vê”, de Dudu Melo; “A óperária” de Brisa Marques e Samuel Samways; “Migrando de si” de Renata Mara e Samuel Samways, e “Lunáticas”, do grupo Sapos e Afogados.
Destes, dois espetáculos posseum dramaturgia audiodescritiva “O Subnormal – uma história de baixa visão” e “O menino do olho que vê”.
Nas telonas
Pela primeira vez, o Acessa BH traz na programação produções audiovisuais. São quatro curtas e um longa. “O que pode um corpo?” e “Possa Poder”, de Victor di Marco e Márcio Picoli (RS); “Partindo do princípio que a terra é plana, sou toda curva e desvio”, de Jéssica Teixeira (CE); e “Big Bang”, de Carlos Segundo (MG), são os curtas que estarão em cartaz, em sessão comentada pelos diretores Jéssica Teixeira e Victor di Marco e pelo ator Giovanni Venturini.
O Acessa BH também apresenta o longa “O artista e a força do pensamento”, um filme de Elder Fraga sobre o artista Marcos Abranches, que estará no festival com seu solo “Canto dos Malditos”, além de ministrar a oficina “Dança para todos os corpos”.
Lançamentos de livros
Celebrando os 20 anos do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados, Juliana Saúde Barreto lança seu livro “Submersa, vinte anos entre Sapos e Afogados”. O livro revela a jornada do grupo de teatro formado por portadores do sofrimento mental dirigido pela atriz Juliana Saúde Barreto, na cidade de Belo Horizonte. Desde a sua criação, em 2003, o grupo tem se dedicado a explorar a interseção entre arte e saúde mental, criando espetáculos que abordam temas diversos e que de alguma forma dialogam com a loucura e a possibilidade inventiva que ela também ensina. A partir do encontro com a atriz e diretora Juliana Saúde Barreto os atores nesse fazer ressignificam a arte e o olhar para a loucura ampliando o conceito de saúde mental. "Submersa" é uma obra inspiradora que mostra como a arte pode ser uma poderosa ferramenta de transformação pessoal e social. Para quem se interessa pelo teatro, pela psicologia ou pela saúde mental, este livro é uma leitura imperdível.
Outro lançamento será de “Casa Breve, uma atriz louca em três tempos”. Primeiro livro da atriz e performer Viviane de Cassia Ferreira. Vivi, nesta estreia como escritora, anuncia e entrega ao mundo sua poética na criação de cenas na residência criativa “Casa Breve” realizada pelo Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados, grupo formado por cidadãos em sofrimento mental. Fruto do trabalho da atriz em diferentes momentos durante cada uma das três edições do projeto “Casa Breve”, também idealizado por ela, essa escrita aponta caminhos para uma construção dramatúrgica que transborda e constrói lugares para a criação a partir da experiência da loucura. Entendendo a força que podemos encontrar na loucura para além do que nela sabemos fazer sofrer.
Seminário
De 02 a 06 de outubro, acontece o Seminário Acessa BH, com quatro debates online, uma oficina online e uma oficina presencial. Grandes nomes das artes e da acessibilidade estarão presentes: Estela Lapponi (SP), Daniel Moraes (SP), Desiree Helissa (SP), Isa Meirelles (SP), Simone Freire (SP), Desirée Nobre (RS), Diele Pedrozo Santo (PR), Karen Montija, Lígia Zamaro (SP), Miriam Célia (MG), Robson Xavier (PB), Mayra Saito (SP), André Luis da Fonseca (SP) e Flávia Neves (MG).
O Seminário Acessa BH é realizado por Lais Vitral e Vitral Bureau Cultural, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Quem patrocina o Festival Acessa BH
O Festival Acessa BH é realizado por Lais Vitral e Vitral Bureau Cultural, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com o patrocínio da Cemig, e patrocínio do Instituto Unimed-BH através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio do Centro Cultural Unimed-BH Minas, do Circuito Liberdade, da Funarte-MG, da Fundação Clóvis Salgado, da Livraria do Belas, do Palácio da Liberdade e do Memorial Minas Gerais Vale.